O Bater das Asas

O bater das asas ressoa pelos céus, forte e rápido, como se do próprio grande todo-poderoso se tratasse todos lhe dão passagem. Ele voa, branco e solto por entre as nuvens. 'Dá-me a tua mão vais conhecer o verdadeiro Paraíso.'

Caminho, indecisa, por estas estradas vagas, ténues, confusas, que me confundem e ludibriam com indicações falsas. Giro em torno de mim, procurando a razão de todo este alarido.
A minha cabeça lateja, aperto-a com força na esperança que a dor passe. Corro.
As minhas pernas estão fora do meu controlo. Paro. Aí percebo que não é a cabeça que dói, não é a estrada que me confunde, é o meu coração acelerado, necessitando de uma paz suave e carinhosa. Ele corre para mim. Envolve-me com os seus braços protectores, acolhe-me no seu peito e pede-me para respirar calmamente com a sua voz meiga e tranquilizante. Estranho como eu estando perdida sou tão facilmente encontrada por ele. Acho que a resposta é simples. Ele seguiu o seu coração.